U.S. Imposes 50% Tariff on Brazilian Products
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Setores de pedras monumentais e alimentos enfrentam novos desafios e oportunidades com as novas regras
O governo dos Estados Unidos oficializou, no dia 30 de julho, uma tarifa de 50% sobre centenas de produtos de origem brasileira. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, afeta principalmente setores industriais como o siderúrgico e o de metais semimanufaturados. Em 2024, os EUA importaram US$31,3 bilhões em aço e ferro, sendo US$4,677 bilhões provenientes do Brasil.
Apesar do impacto direto em segmentos como ferro-gusa e ferro fundido bruto, o novo decreto também apresenta exceções estratégicas — o que abre margem para ajustes logísticos e redirecionamento de mercados. Destacamos duas áreas em especial: pedras monumentais e produtos agrícolas.
Pedras monumentais: isentas e com potencial de expansão
Entre os mais de 600 itens isentos da nova tarifação estão as chamadas “pedras monumentais ou de construção”.O NCM que a sobretaxa de 40% não se aplica é o 68029900, ou seja, pedras monumentais já trabalhadas, por exemplo, quartzito. Pedras brutas, sem trabalho profissional realizado ou outras categorias fora desse código, não estão isentas da tarifa.
Esses materiais possuem alto valor agregado, especialmente nos Estados Unidos, onde há demanda contínua para projetos residenciais e comerciais. A exclusão das tarifas representa uma oportunidade para exportadores brasileiros ampliarem sua fatia no mercado americano, sobretudo diante da concorrência asiática e europeia que agora pode enfrentar taxações semelhantes ou superiores.
Outros mercados comparativos:
- União Europeia: tarifa de importação de até 15% para pedras beneficiadas;
- Vietnã: acordo firmado em julho estabelece tarifa de 20%;
- Índia: mantém tarifas de até 25% sobre produtos similares.
Em comparação, a isenção norte-americana para pedras brasileiras oferece uma vantagem competitiva imediata para exportadores que atuam nesse nicho.
Produtos agrícolas: o que ficou de fora da tarifa
O setor agroexportador brasileiro também se beneficia de isenções importantes. Diversos alimentos e insumos agrícolas foram excluídos da nova tarifa, com destaque para produtos que os Estados Unidos não cultivam em escala significativa.
Entre os itens isentos, estão:
- Castanhas-do-brasil com casca;
- Polpa e sucos de laranja;
- Gases como etileno e propano (com aplicação agrícola);
- Fertilizantes minerais e químicos;
- Produtos derivados de madeira, celulose e fibras vegetais.
O próprio secretário de Comércio norte-americano declarou a possibilidade de zerar tarifas para produtos agrícolas que os EUA não produzem — medida que pode favorecer ainda mais o Brasil frente a outros fornecedores globais.
Impactos e ajustes logísticos
Para exportadores brasileiros, o cenário exige uma leitura precisa das novas regras. Enquanto setores ligados ao aço e derivados enfrentam aumento de custos e perda de competitividade, nichos como pedras monumentais e insumos agrícolas permanecem em rota de crescimento.
Diante disso, empresas devem:
- Reavaliar seus portfólios para priorizar produtos isentos;
- Considerar a diversificação de mercados, como Índia e Europa;
- Negociar novos acordos logísticos baseados nos produtos com menor impacto tarifário.
A Oak Cargo acompanha de perto os desdobramentos do cenário internacional e oferece apoio logístico completo para empresas que atuam com esse tipo de carga — com foco em performance, segurança e inteligência comercial.
A lista completa com os produtos isentos, em inglês, além do pronunciamento oficial de Trump, podem ser vistas no link a seguir:
https://www.whitehouse.gov/presidential-actions/2025/07/addressing-threats-to-the-us
U.S. Imposes 50% Tariff on Brazilian Products
Monumental stones and agricultural products stand out amid new trade restrictions
The United States government officially enacted a 50% tariff on hundreds of Brazilian-origin products on July 30. The measure, signed by President Donald Trump, primarily affects industrial sectors such as steel and semi-finished metal goods. In 2024, the U.S. imported $31.3 billion in steel and iron products, with $4.677 billion coming from Brazil.
While the decree significantly impacts exports of pig iron and semi-finished metals, it also includes key exemptions — opening space for logistical adjustments and strategic market shifts. Two sectors stand out: monumental stones and agricultural products.
Monumental stones: exempt and strategically positioned
Among the 600+ items exempt from the new tariffs are the so-called “monumental or building stones.” The 40% surcharge does not apply to HTS code 68029900, which refers to already processed monumental stones, for example, quartzite. Raw stones, those without professional finishing, or items classified under different codes are not exempt from the tariff.
These materials have high added value, especially in the U.S., where residential and commercial demand remains strong. Their exemption from the new tariff presents an opportunity for Brazilian exporters to expand their market share, especially as exporters from Asia and Europe may now face similar or higher duties.
Comparative tariffs in other key markets:
- European Union: up to 15% on processed stone imports;
- Vietnam: 20% under new bilateral agreement signed in July;
- India: tariffs reach up to 25% for similar goods.
Compared to these rates, the U.S. exemption for Brazilian stones offers an immediate competitive edge.
Agricultural products: key exemptions and growing demand
Brazil’s agricultural sector also benefits from critical exemptions. Several food and agro-industrial items were excluded from the tariff list, particularly those not widely produced in the U.S.
Key exempted items include:
- Brazil nuts in shell;
- Orange juice and pulp;
- Natural gases like ethylene and propane (used in agriculture);
- Mineral and chemical fertilizers;
- Wood-based products, cellulose, and plant fibers.
According to the U.S. Secretary of Commerce, agricultural goods not cultivated domestically may eventually qualify for zero tariffs — a development that could further strengthen Brazil’s position in the global agri-food trade.
Trade impact and next steps for exporters
For Brazilian exporters, this new framework demands clear strategic adjustments. While metal-related products face increased costs and reduced competitiveness, sectors such as monumental stones and exempted agricultural goods remain positioned for growth.
Exporters should consider:
- Prioritizing exempted products in their portfolios;
- Exploring alternative markets such as India and the EU;
- Negotiating new trade and logistics agreements based on tariff-friendly categories.
The full list of exempted products, along with the official Executive Order from the White House, is available at the link below:
https://www.whitehouse.gov/presidential-actions/2025/07/addressing-threats-to-the-us